Após aumento de casos de dengue, procura por repelentes cresce em Santa Maria; confira os produtos mais indicados

Após aumento de casos de dengue, procura por repelentes cresce em Santa Maria; confira os produtos mais indicados

Foto: Beto Albert

Com o aumento de casos de dengue no Rio Grande do Sul, a preocupação com medidas de proteção também cresce. O uso de repelente é uma das melhores defesas individuais. Em Santa Maria, são 82 casos confirmados da doença, segundo dados do Painel Estadual da Dengue nesta segunda-feira (26). Esse número ainda pode subir, já que outras 10 pessoas estão em investigação

Apesar de as farmácias da cidade registrarem maior procura nos últimos dois meses, o estoque do produto segue abastecido na maioria dos estabelecimentos do Centro.

– Nos programamos antecipadamente com a compra de repelentes porque no ano passado teve falta do produto. Houve um aumento, mas a procura está abaixo do esperado considerando o cenário da dengue – afirma Mateus Posser Teixeira, gerente da farmácia.

Já em outra unidade, no Bairro Nossa Senhora de Lourdes, os estoques de repelentes baixaram. A farmacêutica gestora do local, Bianca Costa de Lima, conta que os clientes têm se preocupado mais com a doença. 

– A dengue está em evidência com cada vez mais casos. Buscamos dar atenção aos nossos clientes na questão medicamentosa também. Além do repelente, temos cuidado para não confundir as medicações de dengue e Covid-19.

O alerta da farmacêutica se refere a remédios contraindicados, que pertencem à classe chamada de anti-inflamatórios não esteroides. Os mais conhecidos são o ibuprofeno e a ⁠nimesulida. 

– Como a dengue e a Covid-19 apresentam alguns sintomas parecidos, muitos clientes acabam confundindo. Por isso, além do repelente, a assistência farmacêutica qualificada também é importante – acrescenta Bianca. 

Foto: Beto Albert

Eficácia comprovada

A professora de Cosmetologia e de Tecnologia  Farmacêutica da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Scheila Rezende Schaffazick, explica que os repelentes contra a dengue indicados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) devem conter pelo menos uma das três substâncias: DEET, icaridina e IR3535

Para a comprovação da eficácia de cosméticos repelentes de insetos, a empresa deve apresentar estudos realizados de acordo com as normas internacionalmente reconhecidas e cumprir as diretrizes do protocolo adotado.

– Todos os repelentes de insetos registrados na Anvisa são seguros e eficazes contra a dengue, desde que sejam seguidas corretamente as instruções constantes no rótulo de cada produto, como, por exemplo, a frequência de reaplicação e as faixas etárias recomendadas – destaca a professora. 

Além dos repelentes com as três substâncias indicadas, produtos comuns também têm sido procurados pela população. Contudo, a especialista alerta que cosméticos só serão eficazes se seguirem as instruções do fabricante regularizadas na Anvisa. 

Nas farmácias é possível encontrar repelentes em diversas fórmulas: spray, aerossol, loção, creme e gel. Há opções para adultos, grávidas e crianças também. Porém, Andréa Inês Horn Adams, docente do Departamento de Farmácia Industrial da UFSM, ressalta que para cada perfil existe um modelo indicado. Nesse caso, é importante que se sigam as instruções de uso constantes no rótulo de cada produto.

Repelentes indicados para crianças e gestantes

  • Repelentes à base de DEET são autorizados apenas para uso em crianças com idade entre dois e 12 anos, em produtos com concentração de até 10% e o número de aplicações não deve ultrapassar três vezes ao dia;
  • Produtos com concentrações superiores a 10% são autorizados apenas para maiores de 12 anos;
  • Para crianças a partir de seis meses, a Anvisa indica repelentes que contenham icaridina, cujo período de proteção pode chegar a 10 horas ou produtos à base de IR 3535, cujo período de proteção é de cerca de 4 horas;
  • Quanto às gestantes, o uso de repelentes na gestação é considerado seguro e tem o intuito de prevenir, além da dengue, doenças como Chikungunya e Zika. É recomendado que o uso de repelentes por gestantes ou lactantes seja avaliado pelo médico.
  • Para cada faixa etária, há um tipo de produto recomendado pela AnvisaFoto: Beto Albert

Quem deve usar 

Os repelentes são ferramentas de defesa altamente eficazes contra a dengue. Além de prevenir a infecção de uma pessoa saudável, o uso do produto evita o início de um ciclo de transmissão. Isto é, pessoas que estão com a doença também precisam usar repelente. 

Frequência de uso

De acordo com a professora Andréa, a duração da ação do cosmético é bastante variável e depende da substância ativa, da concentração e do tipo da fórmula, de modo que não há como estabelecer uma regra geral:

– É imprescindível seguir à risca as recomendações do fabricante, respeitando o tempo de reaplicação recomendado no rótulo do produto.

Substâncias eficazes contra a dengue

  • DEET (N-dimetil-meta-toluamida ou N,N-dietil-3-metilbenzamida)
  • Icaridina (Hydroxyethyl isobutyl piperidine carboxylate ou Picaridin)
  • IR3535 (Ethyl butylacetylaminopropionate ou EBAAP).

Consultar o produto na Anvisa

Na dúvida sobre a eficácia de um produto, é possível consultá-lo no sistema da Anvisa. Basta acessar o site.

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